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COBERTURA DO CÉU

A preparação de um mapa de céu inteiro requer, em princípio, um conjunto de dados suficientemente homogêneo, cuja obtenção na prática é afetada por uma série de limitações. A eficácia do programa observacional empreendido para contorná-las se constitui, portanto, num parâmetro de comparação que nos permitirá avaliar a qualidade dos mapas resultantes.

Os dados nos mapeamentos da Tabela 1.2 foram obtidos utilizando o radiotelescópio como instrumento de trânsito meridiano e, em geral, com alimentadores do tipo dipolo e receptores do tipo Dicke para medir o componente da radiação circularmente polarizado à esquerda. Em TB62 e MS73 as observações consistiam em varreduras em ascensão reta $(\alpha)$ com intervalos fixos de declinação $(\delta)$; nos demais, varreduras em declinação com velocidades típicas de alguns graus por minuto eram efetuadas. A técnica mais aprimorada foi a de Haslam e colaboradores, que exploraram as vantagens deste procedimento para construir uma grade de pontos no céu a partir da intersecção das varreduras com declinação crescente e descrescente. Desta forma, foi possível reduzir ao mínimo as variações na linha de base, uma das fontes de erro mais graves em observações desta natureza.


\begin{tabular}[ht]{ccccccc}
\multicolumn{7}{c}{\bf TABELA 2 - \lq\lq SURVEYS'' UT...
...t
al.} (1974); H-III e H-IV - Haslam {\it et al.} (1981).} \\
\end{tabular}

Figure: Mapa de Yates (1968) em 85MHz [Mapa A da Tabela 1.1] (Fonte: Yates (1968), p. 170).
Image fig4

Como a área efetiva na esfera celeste que pode ser observada é função da latitude do observador, a melhor opção na preparação de um mapa de céu inteiro consiste em reduzir a incompatibilidade que observações, obtidas em locais diferentes (e com instrumentos diferentes), podem introduzir na análise conjunta dos dados. Sob este aspecto, apenas o mapa D na Tabela 1.1 apresenta um nível de consistência melhor.

Figure: Mapa de Landecker e Wielebinsky (1970) em 150MHz [Mapa B] (Fonte: Brown (1974), p. 17).
Image fig5

Em primeiro lugar, a composição do mapa C não cobre a região que circunda o Pólo Norte Celeste numa extensão de $30\ifmmode^\circ\else\hbox{$^\circ$}\fi $. Para tanto, Cane utilizou um índice espectral constante para completar os contornos isotérmicos em 30MHz do mapa C com os contornos de TB62 em 178MHz. A preparação do mapa B resultou da necessidade de compatibilizar a mesma união no mapa A entre TB62 do Hemisfério Norte e M65 do Hemisfério Sul. Além disto, ambos os mapas A e B precisaram recorrer a 4 mapeamentos suplementares na sua preparação final. A utilização de TB62 em A, B e C compromete mutuamente a qualidade destes mapas.



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Carlos Alexandre Wuensche - Criado em 2005-06-02